Rotura Aguda do Tendão de Aquiles

O Tendão de Aquiles é o tendão mais forte do corpo humano. É a confluência dos músculos solear e dos dois gastrocnémios. Devido às suas características anatómicas de vascularização, existe uma área “frágil” entre os 2 cm e os 6 cm mais distais, que fica perto do calcanhar. Esta é a zona onde, comumente, ocorre uma rotura aguda do Tendão de Aquiles.
A grande maioria destas lesões ocorre após uma contração violenta deste tendão – arranque, corrida, mudança de direção. Ocorre mais comumente nos homens, principalmente entre os 40 e 60 anos, tanto em desportistas de competição como em desportistas ocasionais.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito principalmente pelo exame clínico objetivo. Havendo alguns sinais e sintomas que apontam para uma muito provável rotura deste tendão, os exames de imagem servem para confirmar o diagnóstico – usualmente a realização de uma ecografia. Em casos selecionados ou com suspeita de outras lesões acompanhantes pode ser necessária a realização de um Raio-X ou uma Ressonância Magnética.

Sintomas

No momento da rotura, usualmente, é referida uma sensação de levar uma pancada na região do tendão, havendo mesmo quem descreva a audição de “um estouro” ou “pop”. O sintoma imediato mais comum é a presença de dor e dificuldade em mobilizar o tornozelo. Só mais tarde pode iniciar um quadro de inchaço e pisadura. Por se tolerar a carga/deambulação após esta rotura, algumas roturas só são diagnosticadas muitos dias depois, o que piora em grande medida o prognóstico desta lesão. Deve, por isso, fazer-se uma avaliação urgente sempre que haja a suspeita de uma lesão desta natureza.

Tratamento

O tratamento desta lesão é quase sempre cirúrgico. No entanto, o tratamento conservador, não cirúrgico, existe e deve ser ponderado nalguns casos.
Existem múltiplas técnicas cirúrgicas para a reparação desta lesão. O nosso protocolo inclui a realização de uma técnica “mini-open”, onde, através de uma incisão de cerca de 4 cm se faz a sutura da rotura do tendão.

Nas primeiras 2 a 3 semanas é necessária a utilização de uma imobilização gessada, sendo que a partir desta altura se passa para uma bota tipo “walker”, sendo permitido alguma carga por volta das 6-7 semanas. Após este período é iniciado um programa definido de reabilitação, através de Fisioterapia, que poderá decorrer durante uns meses. O regresso à atividade profissional e/ou desportiva depende da evolução da reabilitação.
Dr. Manuel Santos Carvalho

Dr. Manuel Santos Carvalho

Manuel Santos Carvalho é Ortopedista no Hospital CUF Porto e Clínica CUF São João da Madeira. É o coordenador da Unidade de Pé e Tornozelo do Hospital CUF Porto.

O Dr. Manuel Santos Carvalho consulta às 2ª, 3ª, 4ª e 5ª feiras.

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