O nervo cubital é um dos três grandes nervos que cruza o cotovelo, tendo um trajeto na região interna da articulação, através de um pequeno túnel, formado por osso e ligamento, chamado túnel cubital. O Síndrome do Nervo Cubital refere-se à patologia que afeta o nervo neste túnel. Pode ser resultado de etiologia compressiva, com diminuição do espaço no túnel; instabilidade do nervo, provocada pela ausência de contenção do nervo no seu trajeto ao longo do cotovelo; uso repetitivo do cotovelo; edema do nervo ou sequela de traumatismo prévio do cotovelo.
Síndrome do Nervo Cubital
Diagnóstico
O diagnóstico depende de uma história clínica e exame físico cuidados e detalhados, com particular atenção no registo de gestos que provocam dor ao doente, avaliação da força muscular e avaliação neurológica com pesquisa de défices sensitivos e motores.
Imagiologicamente, o estudo deve ser iniciado pela realização de Raio-X, que apesar de não permitir ver os nervos, fornece importantes informações sobre a articulação do cotovelo, bem como outras possíveis causas de dor, nomeadamente artrose do cotovelo.
O estudo imagiológico deve ser complementado pela realização de exames que permitam avaliar com detalhe a integridade e características dos nervos, ligamentos e tendões do cotovelo, nomeadamente Ressonância Magnética ou Ecografia. A Ressonância Magnética permite avaliar as estruturas nervosas, ligamentares e tendinosas do cotovelo com grande detalhe. A Ecografia é um exame rápido que permite uma avaliação dinâmica das estruturas do cotovelo, nomeadamente da estabilidade do nervo no seu túnel com a mobilização do cotovelo, podendo ser efetuada uma comparação com o lado contralateral.
Em casos de suspeita de síndrome do nervo cubital, acompanhado de formigueiros, falta de força ou atrofia muscular, o estudo deve obrigatoriamente ser complementado pela realização de Eletromiografia para avaliação nervosa adequada.
Em casos de suspeita de síndrome do nervo cubital, acompanhado de formigueiros, falta de força ou atrofia muscular, o estudo deve obrigatoriamente ser complementado pela realização de Eletromiografia para avaliação nervosa adequada.
Sintomas
O Síndrome no Nervo Cubital está associado a dor na face interna do cotovelo, formigueiros na face interna do antebraço que se estendem até ao 4.º e 5.º dedos da mão e diminuição de força em alguns movimentos do punho e mão.
Simultaneamente, a dor pode ser agravada pela flexão do cotovelo, hipersensibilidade e sensação de choque com o toque na região interna do cotovelo e, em casos mais avançados, os doentes podem apresentar atrofia de algumas regiões musculares da mão.
Tratamento
A decisão do tratamento para o Síndrome no Nervo Cubital é necessariamente individualizada para cada doente, tendo em conta a gravidade das queixas apresentadas, idade e nível de atividade, bem como a severidade da lesão.
O tratamento habitual passa por uma abordagem não invasiva, com prescrição de anti-inflamatórios, alteração da atividade dos doentes e complementada com a realização de programas de fisioterapia.
Em casos refratários ao tratamento, ou em que os resultados da Eletromiografia revelem uma lesão significativa do nervo, está indicado o tratamento cirúrgico. Nestes casos é realizado um procedimento de descompressão do nervo cubital, podendo este ser acompanhado de um outro procedimento de mobilização ou transposição do nervo, em função das características anatómicas de cada doente, bem como da etiologia do Síndrome no Nervo Cubital.
Em casos refratários ao tratamento, ou em que os resultados da Eletromiografia revelem uma lesão significativa do nervo, está indicado o tratamento cirúrgico. Nestes casos é realizado um procedimento de descompressão do nervo cubital, podendo este ser acompanhado de um outro procedimento de mobilização ou transposição do nervo, em função das características anatómicas de cada doente, bem como da etiologia do Síndrome no Nervo Cubital.
Prof. Manuel Ribeiro da Silva
Manuel Ribeiro da Silva é Ortopedista no Hospital CUF Porto, onde é Coordenador da Unidade de Ombro e Cotovelo e da Equipa de Sinistralidade.
O Prof. Manuel Ribeiro da Silva consulta à 2ª e 5ª de tarde.
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