Capsulite Adesiva

A Capsulite Adesiva, também conhecida como Ombro Congelado, é uma doença caracterizada por dor e rigidez significativa do ombro. A articulação do ombro é revestida por cápsula articular, ligamentos e tendões. O Ombro Congelado ocorre quando esta cápsula aumenta de espessura e diminui de elasticidade, limitando o arco de mobilidade do ombro.

Os fatores de risco para a ocorrência desta doença não estão completamente estabelecidos, mas é reconhecido o risco aumentado com períodos de imobilização do ombro, idade superior a 40 anos e doenças metabólicas como a Diabetes. Pode, também, ocorrer secundariamente a traumatismos ou após a realização de cirurgias do ombro.

Diagnóstico

O diagnóstico da Capsulite Adesiva depende de uma história clínica e exame físico cuidados e detalhados, com particular atenção no registo de amplitudes de movimento e gestos que provocam dor.
Apesar de ser um diagnóstico fundamentalmente clínico, o estudo pode ser complementado pela realização de Raio-X, que fornece importantes informações sobre a articulação do ombro, bem como outras possíveis causas de dor, nomeadamente Artrose do Ombro, Conflito Subacromial ou Tendinite Calcificante.

Adicionalmente, pode ser realizada Ecografia ou Ressonância Magnética do ombro que permitem avaliar as estruturas tendinosas, musculares e ligamentares do ombro com grande detalhe.

Sintomas

A Capsulite Adesiva desenvolve-se habitualmente de forma progressiva e em 3 fases. Na primeira fase a mobilidade do ombro torna-se dolorosa e começa a verificar-se uma diminuição progressiva do arco de mobilidade. Alguns doentes referem que a dor é predominante no período noturno, interferindo com o sono.

Numa segunda fase, a dor torna-se menos intensa, no entanto a rigidez é mais significativa. Apesar do doente não ter dor ao mobilizar o ombro, tem uma marcada diminuição da função pelo facto do ombro ter um arco de mobilidade muito reduzido.
Na terceira e última fase, de forma progressiva, a função do ombro começa a melhorar. Cada fase pode demorar vários meses.

Tratamento

A decisão do tratamento para a Capsulite Adesiva é individualizada para cada doente, tendo em conta a gravidade das queixas apresentadas, idade e nível de atividade bem como a localização, extensão e severidade da lesão. A duração do tratamento será tanto menor, e a sua eficácia tanto maior, quanto mais cedo o doente iniciar o tratamento médico.

O tratamento, numa fase inicial, passa por controlar a dor com medicação analgésica e preservar, ao máximo, a função restante do ombro. Durante a primeira fase poderá também estar indicada a realização de infiltração intra-articular com corticosteróides, para diminuição da dor e melhoria do arco de mobilidade.
A parte mais importante do tratamento passa pelo cumprimento de um programa de reabilitação específico, intensivo e prolongado com o objetivo de recuperar a mobilidade do ombro.
Durante a segunda fase, e em casos refratários ao programa de reabilitação, este pode ser complementado pela realização de uma técnica de hidrodistensão, em que, guiado por ecografia, é injetado soro no espaço intra-articular de forma controlada, para auxiliar no alongamento da cápsula articular e facilitar a recuperação do movimento do ombro.
O tratamento cirúrgico, com secção da cápsula articular do ombro realizado através de artroscopia, deverá ser utilizado apenas de forma excecional nos casos em que todas as anteriores medidas terapêuticas falharam.
Prof. Manuel Ribeiro da Silva

Prof. Manuel Ribeiro da Silva

Manuel Ribeiro da Silva é Ortopedista no Hospital CUF Porto, onde é Coordenador da Unidade de Ombro e Cotovelo e da Equipa de Sinistralidade.

O Prof. Manuel Ribeiro da Silva consulta à 2ª e 5ª de tarde.

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